Por Marcelo Pereira
De forma inacreditável, vemos diante de nossos olhos a possibilidade de um governo com características fascistas a se instalar no Brasil. Para completar o absurdo, tal fato se concretizará por decisão do próprio povo que, bastante desinformado, não vê fascismo em Jair Bolsonaro, vencedor do primeiro turno eleitoral e líder das pesquisas, tratando o ex-capitão como mero "salvador da pátria".
De forma inacreditável, vemos diante de nossos olhos a possibilidade de um governo com características fascistas a se instalar no Brasil. Para completar o absurdo, tal fato se concretizará por decisão do próprio povo que, bastante desinformado, não vê fascismo em Jair Bolsonaro, vencedor do primeiro turno eleitoral e líder das pesquisas, tratando o ex-capitão como mero "salvador da pátria".
Como disse, somente a desinformação pode fazer a população em massa a aderir a uma figura com traços fascistas, com claras intenções de prejudicar a população brasileira. O desinteresse pela racionalidade e a preocupação exagerada com pautas moralistas tem feito com que Bolsonaro aumentasse a sua popularidade e representasse uma ameaça real de instalação do fascismo no Brasil.
Mas se os admiradores de Bolsonaro pudessem ler todo o programa de governo de seu candidato, sem se limitar com pautas de moralidade e de segurança, perceberão que estarão lutando contra os próprios direitos e que não somente "bandidos" e "petralhas" serão punidos na gestão do ex-capitão. Quem não tiver uma boa quantidade de bens e dinheiro vai sair perdendo com a posse de Bolsonaro.
Os planos de Bolsonaro é repetir no Brasil a experiência desagradável que o Chile teve nos anos 70. Para conduzir seu plano de governo, Bolsonaro chamou ninguém menos que o economista de linha ultraliberal Paulo Guedes, que participou, junto com os chamados "Chicago Boys" da criação do projeto econômico de Augusto Pinochet.
Este tipo de capitalistas é conhecido desta forma por trabalhar seguindo as orientações da Escola Neoliberal de Chicago, controlada pelo ultraliberal Milton Friedman, responsável pelo projeto que representou a economia no governo do ditador Augusto Pinochet, considerado o pior ditador que a América Latina já teve. Por enquanto.
O Ultraliberalismo é a versão radical do neo-liberalismo (que apesar do nome, não é a atualização do liberalismo, mais humanitário que sua "versão moderna"). Sem compromisso com o desenvolvimento de nações emergentes, a meta é submetê-las ao domínio de grandes especuladores e empresários capitalistas e gigantescas corporações (principalmente instituições financeiras, como bancos).
Estas forças capitalistas retirariam dos países emergentes recursos naturais importantes e escravizariam a população para poder extrair tais recursos com o menor custo possível. No nosso caso, o Brasil ficaria impossibilitado de se desenvolver, se reduzindo a mero fornecedor de commodities (matéria-prima e produtos básicos), se tornando na prática uma colônia dos países-sede das grades corporações e de grandes especuladores financeiros.
Brasileiros terão salários reduzidos. Sem salários, brasileiros não comprarão, forçando o fechamento de muitas empresas de médio e pequeno porte, estagnando a economia, favorecendo o surgimento e o aumento de crises sucessivas que só beneficiarão especuladores e empresários rentistas (que não lucram com produção e sim com a movimentação nas bolsas de valores).
Aliás, o plano de Bolsonaro já está sendo executado na gestão golpista de Michel Temer. Quem acha que Bolsonaro representa "mudanças para tudo isso que está aí" está sendo enganado. Paulo Guedes já disse que continuará o programa de Temer, mantendo boa parte da equipe em seus cargos. Mas os eleitores de Bolsonaro estão tão preocupados com pautas moralistas que qualquer assunto que fuja disso é solenemente ignorado. Pobres eleitores.
Bolsonaro, representante não assumido dos interesses do capital especulador internacional, chega para impedir o desenvolvimento do Brasil, já que o Brasil é uma potência em potencial (desculpem o inevitável trocadilho), uma ameaça a hegemonia estadunidense, a ser destruída pela inteligente e bem sucedida política econômica chinesa, a provável nova potencia mundial.
Por isso aguarde um país destroçado, caso o ex-capitão tome posse em Brasília. E você, caro amigo compatriota, seja progressista ou conservador, já vai sair perdendo feio.É bom "Jair" se acostumando!
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