Embora muita gente não saiba, o empresariado brasileiro não entende nada de Economia. Herdeiros de um sistema escravocrata e desejosos de um lucro que seja fácil e rápido, não raramente às custas do sofrimento alheio, empresários brasileiros sempre impediram o desenvolvimento do Brasil.
A condição de inferioridade e as sucessivas crises que passam o país são oportunidades únicas de lucro fácil e rápido de que esses magnatas brasileiros não abrem mão de ter. Por isso se aliam a políticos inescrupulosos e punem políticos responsáveis, pois um país próspero significa lucros a longo prazo, conquistados de forma lenta e gradual.
Por isso se empenham em sabotar governos progressistas usando a mídia corporativa - não apenas patrocinada mas também pertencente a este poderoso grupo de magnatas gananciosos - inventando mentiras para que pudessem tirar do poder aqueles que querem desenvolver o país para colocar no lugar a mesquinharia política de direita que garanta a facilidade total da aquisição de grandes lucros.
Mas aí veio a Covid-19, uma doença inédita que chega em forma de pandemia, obrigando as pessoas a ficarem em casa. Isso significa o fechamento de muitos estabelecimentos comerciais e vários industriais, pois as compras estão limitadas a produtos essenciais para a sobrevivência humana.
Empresários ficaram em polvorosa, pois mesmo com lucros garantidos pelo rentismo - ato de ganhar lucros através de investimentos em contas de banco - sabem que dependem de continuar vendendo para alimentar ainda mais este rentismo. Os menos responsáveis exigem abertura imediata do comércio, mesmo que custe as vidas de trabalhadores, pois a ganância não pode parar de se alimentar.
Para angariar a simpatia popular e justificar a suposta urgência, esses empresários alegam que a Economia não deve ser prejudicada. Como se a Economia fosse mais importante que as vidas de seres humanos. Como se a Economia tivesse vida e os seres humanos não. Esperado, pois humanidade nunca foi especialidade de capitalistas.
Mal sabem esses empresários de meia pataca, que nunca passaram de senhores de engenho modernos, que o que faz a Economia girar não é o acúmulo de lucros que "permitirão repartir o bolo", supostamente convertendo em mais emprego e salários maiores.
É justamente abrir mão desta ganância e desde o início pagar salários maiores para que pessoas possam comprar e a Economia, que funciona como uma cadeia, começar a andar, fazendo com que produtos sejam vendidos e fabricados em um ritmo que pudesse ser constante.
Economia já está destruída, desde 2016
A Economia já estava destruída quando Dilma Rousseff foi arrancada da cadeira presidencial sob falsas denúncias de corrupção. Como o desenvolvimento do Brasil era meta de Dilma, além da descoberta do pré-sal, que fizeram os magnatas se assanharem todos, trataram logo de tirá-la para colocar um serviçal da ganância, o temeroso Michel Temer, no lugar.
Desde então, a Economia só piorou. A venda do pré-sal, camada importante de petróleo no fundo do mar, já fez com que trilhões de dólares saíssem do Brasil, agravando uma situação que nunca foi muito boa. Como é que os mesmos destruidores da Economia vem falar em "recuperar a Economia" com a ocorrência de uma pandemia que pode matar multidões?
Não adianta abrir o comércio agora, fazendo multidões voltarem a circular pelas ruas, sem ter dinheiro para comprar. A Economia já está arrasada e enquanto salários foram baixos, ninguém vai comprar além do necessário e a cadeia econômica será rompida, forçando o fechamento das pequenas e médias empresas, as únicas realmente preocupadas com a Economia e as únicas que ainda empregavam em ritmo acelerado em tempos mais prósperos.
O direitismo reforçou a ganância capitalista que contou com o apoio da bem vivida classe média que, crente da estabilidade de sua boa situação econômica particular, resolveu apoiar as elites na destruição do Brasil, sem se importar com o que aconteceria fora de seus confortáveis bunkers em gigantescas mansões ou em condomínios de luxo. Afinal, elite e classe média estavam bem.
Só que não se sabe até quando estarão bem, pois a Economia depende de circulação de dinheiro e não de acúmulo. Dinheiro é como sangue, precisa circular para existir vida. E dinheiro parado (concentração de renda) gera gangrena econômica, resultando em crises que podem, além de aumentar, se tornar constantes e/ou repetitivas.
Funcionários bem remunerados trabalham mais e com alegria, pois tem estimulo e podem tratar de suas saúde, para ter condições de continuar trabalhando. São também bons pagadores comprando frequentemente, garantindo o ritmo da Economia, que depende do processo constante de compras e vendas, algo que os "tão sábio" empresários brasileiros, cegos pela obsessão ao lucro, ainda não conseguem compreender.
A maneira de como os empresários brasileiros, tradicionais gananciosos escravocratas, enxergam a Economia brasileira é responsável por manter o Brasil no sub-desenvolvimento. Agora eles vem falar que preocupam com a Economia? Preocupam sim, é com os seus lucros. A vida de pessoas e a saúde do Brasil (não somente a saúde em si mas também a saúde econômica) não interessam.
Para esses magnatas, serem os melhores do mundo e controlar a política brasileira, é a meta. Nem que tenha que se matar pessoas e destruir um país todo. Até porque para eles, a "pátria" é composta por seu lucro, seu patrimônio e seu poder. É isso o que importa.
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