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Empresários, não gostam de trabalhar? Então para quê sabotar? Para quê trapacear?

Por Marcelo Pereira

O moralismo conservador é bem hipócrita. Crentes de possuírem o "copyright" de valores elevados como o trabalho, a religiosidade e o patriotismo, nada disso é posto em prática e o que se vê nos conservadores é uma ganância ensandecida e um desejo grande de vencer de forma mais fácil possível, de preferência passando por cima dos outros.

O golpe de 2016 e a "saída do armário" de um neo-conservadorismo semi-sádico mostram que os empresários, maestros dessa nova onda retrógrada, estão muito a fim de gastar e nada a fim de competir com as forças progressistas que vem ganhando eleições nos últimos anos e poderão ganhar as próximas. 

Como transferir defeitos próprios para os outros é especialidade dos conservadores, o jeito foi lançar mão de toda a calúnia e difamação para tentar enganar a sociedade inventando a falácia de que quem ajuda os mais pobres é corrupto e sanguinário e que bons mesmos são os magnatas gananciosos, supostamente dispostos a distribuir dinheiro para todo mundo (e nunca distribuem).

Além do golpe, as reformas e as vendas de riquezas e empresas públicas, mostram que o grande empresariado brasileiro no fundo não está a fim de trabalhar e sim a fim de lucrar muito de forma bem fácil, rápida e garantida. Como não pensam a longo prazo, agem como corsários e invadem o espaço dos outros e simplesmente tomam para si, pensando serem donos de tudo.

Porque não trabalhar duro, enfrentar a concorrência e esperar que o tempo traga os lucros merecidos? Porque trapacear mudando leis (como fizeram, impondo a escravocrata reforma trabalhista), tomando para si bens públicos e manipular as mentes das pessoas através da mídia e de grupos fascistas para que todos aprovem e apoiem todo o saque feito pelos capitalistas gulosos? Falam tanto em defesa do trabalho, porque não trabalhar?

O trabalho inclui respeito aos outros. Respeito a quem quer trabalhar honestamente, sem a truculência de passar e cima e tomar bens alheios para alimentar uma ganância que sempre se mostrará nociva à coletividade. Esses empresários - e não vamos generalizar a classe, há muitos empresários que reprovam as atitudes dos empresários golpistas - não sabem o mal que causam e para manter seus pomposos supérfluos, impedem multidões de terem o mínimo necessário.

Se gostam de trabalhar, porque não desistem de mudar leis e criar golpes, crises e se envolver em corrupção? Aceitem as regras do jogo, que nos governos progressistas, tentavam favorecer, senão a todos, pelo menos a maioria de pessoas de todas as classes, e se esforcem para que os lucros cheguem de forma limpa sem o banho de sangue, suor e lágrimas que vocês estão acostumados a impor aos mais fracos.

Trabalho honesto é trabalho com esforço, mas acima de tudo, trabalho com respeito ao direito alheio. Seres humanos tem as mesmas necessidades e privá-las para satisfazer ganância é a verdadeira crueldade que nunca aparece nas páginas policiais. Pensem nisso.

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